Índia: a cores ou a preto e branco?

Por 21.11.12 , ,


Já não falta muito para a nossa aventura na Índia. Neste momento já estamos a tratar dos os últimos preparativos e garantir que não deixamos cá ficar nada que seja realmente necessário, já que vamos viajar com uma bagagem mínima: uma mochila de 32 litros (para cada um, claro). Explicar como vamos conseguir tal proeza é, por si só, razão para outro post, mas lá chegaremos.
Hoje vou falar um pouco daquela que foi uma das decisões mais importantes no que toca ao principal objectivo desta viagem: a fotografia. A cores ou a preto e branco? Claro que podem pensar que, nos dias que correm, com todas as hipóteses dentro da fotografia digital, isto é uma falsa questão, mas na verdade, se a escolha recaísse no monocromático iria sempre optar pelo analógico, porque continuo a adorar os resultados e o aspecto intemporal. Olho hoje para fotografias a preto e branco que fiz de outras viagens e tenho sempre a impressão que podia ter sido o mês passado ou há 50 anos. É uma das características que mais me agrada neste tipo de perspectiva. Por outro lado, Índia é sinónimo de cor, o que me deixou aqui num grande dilema. Mas, depois de muito pensar no assunto, acabei mesmo por me decidir pelo preto e branco analógico. É verdade que não vou poder registar toda a cor que pinta as paisagens e as pessoas na Índia (quem é que nunca viu as fotografias do Joel Santos?) mas para o estilo de fotografia que procuro para esta viagem, tenho a certeza que não vou ganhar assim tanto com a cor. Outro factor que ajudou à minha escolha foi o facto de conseguir levar uma câmara analógica consideravelmente mais leve e mais discreta que uma DSLR: a Leica M6. Sabendo também que vamos fazer muita fotografia de rua, local onde as rangefinders são rainhas, achei que não havia mais espaço para dúvidas: lá fui eu encomendar uns quantos pacotes de Kodak Tri-X. Vai ser uma viagem longa, com muitos locais diferentes para ver e viver e não queria regressar com mais de 3 mil fotos para escolher, porque depois a parte da escolha e edição transforma-se numa uma tarefa penosa. Com o analógico tenho sempre uma forma de me controlar, disparo menos, mas penso melhor naquilo que faço, nem que seja pela simples razão de não poder rever o que fiz. Por outro lado, a Cláudia vai levar uma câmara digital e vai fotografar a cores, por isso, vamos ter duas perspectivas distintas da Índia quando voltarmos.
(E a tarefa penosa não vai ficar nas minhas mãos).

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