Built to Spill. Agora sim, os anos 90 de volta.

Por 2.9.13 ,


Algures a meio da década de 90, durante mais uma noite de copos no antigo Esteves, no Bairro Alto, encontrei um amigo. Depois de uns dedos de conversa sobre o que andávamos a ouvir de novo, ele tirou da mochila um CD e deixou comigo antes de ir embora. Nunca esqueci essa noite, porque foi quando os Built to Spill entraram de rompante na minha vida. There's nothing wrong with love é o segundo disco dos Built to Spill e passou rapidamente a k7 mais ouvida de sempre no meu antigo walkman*, companheiro de viagem para a faculdade. Foi amor à primeira audição, daqueles mesmo fortes, e que grande amor! De seguida, quis ter tudo o que havia disponível dos BTS, mandei vir dos EUA o primeiro disco, procurei o EP dos Caustin Resin (projecto paralelo) e tudo dos antigos Treepeople. Em 1997, Perfect from now on entrou directamente para a lista dos melhores discos que já tinha ouvido, e continua ainda hoje a ser um dos meus discos de eleição, daqueles que levaria, sem qualquer dúvida, para uma ilha deserta. Uma obra de arte, sem singles, mas com tudo para nos apaixonarmos perdidamente. Apesar destes terem sido os álbuns que mais me marcaram, até ao final do milénio houve ainda tempo para mais um disco fabuloso, o tão aclamado Keep it Like a Secret. Por todas estas razões, vê-los ao vivo foi, durante muito tempo um sonho que perdurou, mas foi aos poucos esmorecendo, pois as hipóteses de realmente acontecer pareciam cada vez mais remotas. Agora, em 2013, quase 20 anos depois, alguém se lembrou de os trazer finalmente a Portugal. Desconheço a razão, mas agradeço. Claro que não é a altura certa, deviam ter vindo há 15 anos, quando estavam no auge da carreira. Aliás, julgo que neste momento Doug Martsch é o único elemento da formação original da banda. 
Quarta-feira, 4 de Setembro, aí vou eu ao Lux. Estou com a estranha sensação de ir ter um encontro com uma antiga namorada que já não vejo há uns 10 anos, mas da qual guardo excelentes recordações. Pode ser muito bom e perpetuar as boas memórias, ou ser apenas o fechar de um ciclo na minha vida. 

*O CD que o meu amigo me entrega transforma-se em K7. Sim, eram anos 90 antes do discman.

2 comentários

  1. Entre as descobertas de Pavement (pelo Wowee Zowee que ofereceste à minha irmã), de Guided By Voices (pelo Under The Bushes que comprei sem conhecer para to dar a ti) e dessa maravilha chamada Bob Hünd (por uma K7 num Opel Corsa siciliano) também se ganharam uns bons conhecimentos aqui deste lado...

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  2. Isso tudo Zé... mas o que fica para a história é o teu CD do TNWWL, obrigado. ;)

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