Ver ou não ver Radiohead em 2012

Por 13.7.12 ,


Se o meu eu de há uns seis, sete anos me visse agora ia ter um grande desgosto. Os Radiohead vêm a Portugal, à cidade onde vivo (ainda por cima) e eu não os vou ver. Nunca pensei que isto viesse a acontecer, mas a verdade é que quando foi anunciado o concerto para o Optimus Alive deste ano eu ainda tive ali um minuto de "ai-meu-deus-finalmente-um-sonho-tornado-realidade", mas depois comecei a pensar que ainda nem sequer ouvi o The King of Limbs (situação que se mantém até à data) e, pior, já há muito que não tenho sequer vontade de pegar nos álbuns anteriores e ouvir. Se calhar sofri uma overdose de Radiohead, será possível? Depois de passar um bom tempo a pensar nisto, o que acho que realmente aconteceu foi que eu deixei de gostar de Radiohead. Há alturas em que ouvimos as músicas de uma banda e fazem todo o sentido para nós, aliás, só essas fazem sentido. Mas depois nós mudámos e as músicas não. E de repente aquilo que nos dava tanto gozo ouvir, que era uma necessidade até, deixa de ter lugar. Por isso, em 2012, ver Radiohead já não faz sentido para mim. Assim como já não vi os The National (que até foram mais arrebatadores a dada altura) quando vieram cá para os últimos concertos, porque aconteceu-me exactamente o mesmo. 
E se dantes me custava muito tomar este tipo de decisões, agora é uma coisa completamente pacífica. Descobri que prefiro ficar com as memórias de bons concertos que assisti na altura certa (como os National no Sudoeste em 2007) do que depois assistir e ter aquela sensação tão nítida de que agora já não era isto, já somos diferentes - eu e as músicas - e afinal o meu lugar já não é ali.
Ainda assim, sei bem que de vez em quando é inevitável voltar aos álbuns que tanto me marcaram e isso sabe-me sempre muito bem. Mas prefiro faze-lo em casa, só eu e as músicas.

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