Optimus Alive: um dia, três grandes concertos

Por 5.8.13 , ,


O Optimus Alive tem uma vantagem em relação a todos os outros festivais: é aqui ao virar da esquina. Quando se é mais novo, quanto mais longe melhor, mas para nós (decrépitos) acaba por ser bastante vantajoso ter um festival na cidade, por muitas razões: custos de viagem, estadia e alimentação (na bebida não poupámos assim tanto, que as nossas gargantas também ficam secas perto de casa).
O próprio SBSR também já foi festival de cidade antes dessa mente iluminada da nossa praça se lembrar de o levar para um local a cheirar a Sudoeste, mas com mais pó. Antes de passarmos ao que realmente interessa - os concertos - queríamos deixar uma nota positiva à organização pela excelente ideia de proporcionar estacionamento gratuito a poucos km do recinto, em Alfragide, longe da confusão, e de ter uns autocarros bem jeitosos de 30 em 30 minutos para levar os público ao recinto. Ficámos muito satisfeitos, funcionou sem mácula na ida e no regresso, e a julgar pela ocupação poderia ter sido bem mais usado pelos festivaleiros.
O espaço do Optimus Alive não se alterou assim tanto nos últimos anos, não por falta de esforço da organização, mas graças à sua localização torna-se difícil pedir melhor: sentimos falta de relvinha e de espaços para descansar. Este ano só pudemos ir um dia e a escolha acabou por não ser muito complicada: dia 14 de Julho podíamos rever Tame Impala, ver Phoenix pela primeira vez no nosso país e ver uma das bandas sensação do momento, os Django Django. Ficámos com pena de não rever os Vampire Weekend e de ouvir as novas músicas dos Capitão Fausto, mas hão-de surgir outras oportunidades.
Os Tame Impala tocaram durante o lusco fusco, num palco principal que bem os merece. Apesar de o recinto não estar cheio, já se conseguiu ver que têm conquistado muitos fãs, o que também não é dificil quando se tem dois discos a roçar a perfeição. Desta vez, ao contrário do concerto do SBSR em 2011, ficámos um pouco mais atrás e acabámos por não sentir tão de perto o concerto, mas nada nos impediu de abanarmos as cabeças ao som dos novos temas e de outros retirados do nosso tão querido Innerspeaker. Houve ainda tempo para por tudo a mexer ao som de Half full glass of wine, do primeiro EP. De seguida os Phoenix, que já contam com uma longa carreira e muita bagagem de pop contagiante a agradar um público bem mais alargado, conseguiram transmitir a alegria que estavam a sentir perante uma boa enchente de pessoas a cantar os seus refrões. Nós gostamos muito deles, são contagiantes, dançáveis e fazem-nos esboçar sorrisos ao ouvir as suas músicas. Apesar de terem um novo disco acabado de sair Bankrupt!, do qual apenas tocaram dois dos seus temas mais felizes, navegaram por águas do icónico Wolfgang Amadeus Phoenix que conta já com quatro anos mas parece resistir aos tempos e percebe-se bem porquê: continua a ser um manual de música pop, tem tudo para nos pôr a bater o pézinho e a cantar. Foi muito bom, mas era o que se esperava de uma banda deste nível. Da nossa parte, estava fechado o palco principal.
Apesar de termos planos apontados para os Django Django, não deixámos de ver Alt-J e Band of Horses. Os primeiros confessamos que não somos grandes fãs, mas soou-nos bem, dentro daquilo que já está registado álbum. Já os Band of Horses, têm alguns temas interessantes, mas também não conseguem captar a nossa atenção. Acaba por ser um som algo repetitivo e demasiado épico para nós, mas deram um bom concerto. De seguida veio aquele que foi o concerto do dia: Django Django. Podíamos pensar que ter um único disco, e bem bom, seria suficiente para alegrar as hostes, mas não. Os Django Django querem mais, muito mais. Ao vivo assistimos a uma verdadeira celebração desse disco, num remix completo de todos os temas que conhecemos. Toda a gente na tenda a dançar, pessoas penduradas na estrutura metálica para verem melhor, loucura generalizada. Já eram 2h da manhã, mas era impossível não celebrar com eles. Uma verdadeira festa para terminar um dia que já ia longo, mas teve tudo para dar o nosso dinheiro como bem gasto.

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