Paredes de Coura: 14 de Agosto

Por 31.8.12 ,

Stephen Malkmus & The Jicks

Isto de as férias se meterem aqui pelo meio da nossa ida a Paredes de Coura não podia ter sabido melhor. O único problema foi que praticamente nem pegámos em computadores e, até agora, nada de post para contar a nossa pequena aventura de dia 14 de Agosto. Apesar de toda a chuva, a vida correu-nos muito bem. Desta vez fomos preparados e ainda por cima conseguimos ver todos os concertos abrigados.
O dia começou com o concerto de Japandroids - já não chegámos a tempo de ver Sun Araw - e começou bem. O público, que nos pareceu ser mais jovem que em anos anteriores (mas nem por isso menos atento ou interessado) respondeu muito bem à energia da banda. Da nossa parte não ficámos propriamente entusiasmados. O duo, apesar da energia indiscutível, soa a punk de adolescentes, e a verdade é que depois de termos visto os No Age há um ano no mesmo palco e com um setup igual, mas a transpirar o dobro da energia, já não foi assim nada de muito impressionante.
Seguiram-se os Tune-Yards que deram o concerto da noite. Um som brutal - e atenção que não costumámos empregar este adjectivo por tudo e por nada - que conseguiu prender toda a gente do início ao fim do concerto. A vocalista Merril Garbus entrou em palco, acompanhando-se de um baixista e dois músicos que se dividiram pelos saxofones e percussões diversas. Ela tratou dos loops e ainda teve mãos para a bateria minimalista, tarola e bombo de chão. Estávamos à espera que os temas do álbum soassem bem ao vivo, e assim foi. Muita energia, loops bem controlados, e um baixo certinho a agarrar toda a parafernália de sons. Bem bonito.
Chegada à hora de ver Stephen Malkmus com os seus Jicks o coração já batia mais depressa. Foi um bom concerto de uma banda que podia ser perfeitamente os Pavement dos anos dois mil. As músicas do novo álbum são completamente Pavement, mas a verdade é que essa banda-ícone já não existe e Stephen Malkmus fez questão de nos lembrar isso, mesmo quando o público tentou cantar, entre pausas do concerto, alguns êxitos da banda dos 90's a ver se ainda tinha a sorte de ouvir uma Range Life ou Cut your hair ao vivo. Malkmus ignorou todos os sinais e continuou a setlist prevista com os seus Jicks. Perecebe-se perfeitamente esta decisão. É uma nova banda, outras músicas, outra fase da sua vida. No final do concerto, apesar de ter sido um grande momento, foi impossível não sentir uma certa insatisfação por terem passado tão rápido aqueles momentos em frente ao tão icónico Stephen Malkmus.
Depois de um pequeno atraso, chegaram os Friends ao palco e temos de admitir que não percebemos muito bem o que se passou em palco. Neste caso não se pode dizer que a vocalista não interagiu com o público, mas o concerto pareceu tão disperso, as músicas com tão pouca estrutura, que chegou a ser estranho. É uma banda que não transmite confiança naquilo que está a apresentar. Não ficámos sequer com vontade de ouvir o álbum.
Para acabar, faltavam os Paus. Mas nós não ficámos para ver. Já os tínhamos espreitado o ano passado no SBSR e já percebemos que energia não falta à rapaziada, mas preferimos tentar vê-los numa sala fechada (quem sabe, brevemente, no CCB).
Depois do que vimos e lemos continuamos a achar que foi o melhor dia para ir ao festival, apesar que queríamos muito ter visto Sleigh Bells. Fica para uma próxima vez.
Para o ano esperemos que haja mais.

0 comentários