IndieLisboa'12: pontos altos

Por 4.5.12 , ,

Para nós, este ano, já não há mais IndieLisboa. Vamos rumar a Norte a partir de hoje e, apesar dos doze filmes vistos durante a semana, ainda ficou muito por ver. Se puderem, aproveitem. Há muito bons filmes a serem exibidos nas salas do cinema São Jorge, Londres e Culturgest até domingo à noite.

Os pontos altos (dentro daquilo que vimos, claro):

Rafa de João Salaviza + Nana de Valérie Massadian (na imagem) 


Felizmente, estes dois filmes vão estrear nas salas no próximo dia 10 de Maio (ver trailer aqui). Tanto num como noutro, podemos aperceber-nos daquilo que muitas vezes nos esquecemos: ser criança não é fácil. Os adultos não se lembram disso. É como se nunca tivessem passado pela infância, não percebem sequer as dificuldades e as preocupações de quem ainda não é autónomo.No primeiro filme partimos com Rafa à procura da sua mãe, que saiu tarde de casa e não voltou. Um percurso que fazemos com um aperto no estômago. Em Nana vemos o mundo pelos olhos de uma criança, onde cada tarefa (como comer, tomar banho) é um novo desafio a ultrapassar como se de um jogo se tratasse. O filme é dono de uma beleza incrível.


Dragonslayer de Tristan Patterson 

Foi uma surpresa. Na verdade, um filme sobre uma ex-lenda do skate até parece previsível. A história de vida, o "ó que eu já fui o maior e agora estou na miséria", blábláblá. Nada disso. Esta é a história de Josh "Skreech" Sandoval que era realmente uma lenda do skate e agora está na miséria, mas não há queixas, lamentos, pena de si próprio. As coisas eram de uma forma, agora são de outra e há que enfrentar isso da melhor maneira possível. 

The Color Wheel de Alex Ross Perry

Humor negro, ironia non stop. Esta é a história de dois irmãos que se detestam. Será que se detestam assim tanto? Para quem gosta de Philip Roth, grande influência do realizador, como o próprio afirmou num Q&A, é um bom filme, com um fim surpreendente (para o bem e para o mal). 

Andrew Bird, Fever Year de Xan Aranda

Era difícil fazer um mau documentário sobre o Andrew Bird (eu sei que sou suspeita para falar disto, porque podia seruma imagem cinzenta com música dele que eu já ia gostar) mas a verdade é que também podia ser um documentário menos bonito e bem feito que este. O Andrew Bird é um músico que vale mesmo a pena descobrir, e começar por este documentário pode ser uma boa ideia. Pena o som da sala não estar muito bom. A música do Andrew merecia mais.

0 comentários