A magia da fotografia analógica

Por 30.1.12 ,

Nos últimos meses, num acesso de saudosismo, resolvi tirar o pó às minhas máquinas fotográficas analógicas e acabar com o stock de rolos que ainda tinha ali no armário. Compreendo que para muita gente pareça estranho estar a fotografar rolos em 2012, alguns fora da validade há pelo menos 3 anos, mas posso assegurar que continua a ser uma experiência maravilhosa. Vou tentar partilhar alguns pormenores para vos motivar a disparar um rolo pelos bons velhos tempos :)

Braga 2011, Nikon F3, Fuji Sensia 100

Primeiro, as más notícias: fazer fotografia analógica é caro nos dias que correm. Surpreendidos? Já se previa, não é. Os rolos de negativo cor e preto e branco são cada vez mais raros e por isso mais caros, mas felizmente ainda estão longe de atingirem valores proibitivos. Normalmente podemos encontrar entre os 5 e os 7 euros para 36 exposições, mas com algum trabalho podemos mandar vir pela net e conseguir algo como 3 euros ou até menos. Depois vem a revelação, que é um custo a considerar mas não deve ser superior a 4 Euros. Eu tenho um scanner de negativos há muito tempo, por isso apenas revelo e depois escolho no computador que fotos quero ampliar, poupando assim bom dinheiro no processo. O custo de imprimir é algo que temos sempre que considerar, quer seja analógico ou digital, por isso não pode ser visto como algo adicional às nossas contas.

Quanto às coisas boas, ver os resultados de um rolo que andou 6 meses, ou mais, dentro de uma máquina, onde vários momentos são compilados em apenas 36 fotos é mágico! Além disso, não precisar de usar filtros no computador para fazer as fotos parecerem analógicas ou antigas, porque aqui elas já ganham essa textura, e garanto-vos que um rolo fora do prazo vos vai dar resultados espectaculares, à instagram style. Para os mais interessados em cultivar um estilo vintage, podem dar um salto ao eBay e investir numa máquina fashion, sem ser de plástico. Camaras óptimas e em bom estado são agora vendidas as desbarato. Fica de certeza bem mais barata que muitas máquinas digitais de qualidade duvidosa.

Gulbenkian 2011, Nikon F3, Fuji Sensia 100

Não sou um ditador do analógico, faço muita fotografia digital e compreendo que profissionalmente o digital tem vantagens óbvias, para além da questão do custo. Mas para fotógrafos amadores que gostam do resultado e da magia do analógico, continua a ser um bom investimento, nem que seja por nos obrigar a imprimir e deixar de ver fotos apenas em ecrãs. 

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