E os melhores álbuns de 2011 são...

Por 29.12.11 ,

Esta coisa das listas é muito complicada, mas a verdade é que nos faz pensar naquilo que ouvimos desde o início do ano e, de repente, damos por nós a fazer uma retrospectiva dos meses que já lá vão. Estes 10 álbuns que decidimos apontar como os "melhores" são apenas algumas das novidades que ouvimos e que achamos que valeram mesmo a pena. Claro que estas coisas são sempre relativas, a não ser que tivessemos ouvido todos os álbuns feitos em 2011 e aí sim, poderíamos formar um veredicto mais sério. Assim, esta é só uma lista para daqui a uns tempos virmos cá espreitar e perceber o que é que andávamos a ouvir em 2011. Este ano decidimos fazer cada um a sua lista, porque apesar de partilharmos muitas audições, cada um deu mais atenção a uns álbuns do que a outros. Aqui estão elas:

A lista do Guilherme 



10. Stephen Malkmus and the Jicks, Mirror Traffic 
Nada de novo, mas será isso mau? Para mim não. Este álbum soa-me quase a uns Pavement de volta, a tocarem ao grande estilo dos anos 90. Uma recordação maravilhosa. Obrigado, Stephen.

9. M83, Hurry Up We're Dreaming
Mais um dos incontornáveis deste ano. Não é um álbum de escuta fácil, mas tem muito para descobrir. Este ano foi marcado por uma grande disparidade nas escolhas dos blogues da especialidade, porém este álbum está presente na grande maioria. É unânime: Hurry Up, We're Dreaming é um dos melhores do ano.

8. Metronomy, The English Riviera 
Em Inglaterra faz-se boa música. Os Metronomy chegaram e venceram, foi pena não lhes terem dado honras de palco principal em Paredes de Coura, que eles bem mereciam. The English Riviera é uma álbum aconchegante, uma produção cuidada e um groove brutal. Claramente, um dos grandes de 2011.

7. Smith Westerns, Dye It Blonde
O ano passado por esta altura já rodava nas rádios o single Weekend e tudo parecia apontar para uma boa surpresa. E foi isso mesmo que aconteceu. Um óptimo álbum, bem melhor na minha opinião que o primeiro, uma banda jovem a evoluir e a deixar boas indicações para o futuro.

6. Crystal Stilts, In Love With Oblivion
Estes senhores marcaram o meu Verão e por isso merecem destaque na minha lista. Ouvi muito este álbum. Adoro a sonoridade, uns Jesus & Mary Chain actuais, com um punhado de músicas catchy que não nos largaram por muitos dias. Obrigatório para tornar os dias de Inverno mais soalheiros.

5. Atlas Sound, Parallax 
Existirão sempre artistas que marcam uma época. Não apenas com a sua magnífica banda, os Deerhunter, mas com toda a sua criatividade, Bradford Cox é uma personalidade incontornável do universo da música indie. Parallax não é o seu melhor trabalho até à data, mas não deixa de ser um excelente disco e mais uma peça para uma carreira espantosa, da qual ainda muito esperamos nos próximos anos.

4. Suuns, Zeroes QC
Estes senhores escaparam ao nosso radar o ano passado, mas este ano chegaram aos nossos ouvidos como um relâmpago. A data do álbum é um mistério, porque se para a Pitchfork o álbum é de 2010, para a NME é de 2011. O que é certo é que foi um álbum muito, muito ouvido por aqui. Para nosso gáudio, 2011 trouxe-nos um EP poderoso e um concerto memorável no Musicbox, em Lisboa.

3. Youth Lagoon, The Year of Hibernation 
Este álbum foi amor à primeira audição. Bastante homogéneo e bonito, foi uma estreia que me fez ficar curioso para o que pode vir a seguir da parte deste rapazinho bastante jovem (inicialmente pensei que seria uma voz feminina). Foi um álbum que me perseguiu todo o Outono. Excelente.

2. Real Estate, Days 
Se houvesse uma lista para arrependimentos do ano, ter perdido o concerto deles na ZDB teria ficado em primeiro lugar, mas isso não muda o facto de Days ser, sem dúvida, um dos álbuns que marcam o ano de 2011. Todos juntos "ohhh ohhhh ohhh, it's real".

1. Girls, Father, Son and Holy Ghost
Os Girls tinham tarefa difícil, mas nada melhor que um segundo álbum excelente, precedido por um EP também fortíssimo para nos dar a certeza de que são uma banda que sabe muito bem o que faz. Para completar o ramalhete, deram um concerto bestial no Lux. Melhor era impossível.


A lista da Cláudia 



10. The Black Keys, El Camino
Foi dos últimos álbuns a saír este ano, por isso não teve a mesma atenção que os outros. Os dois singles saídos em Novembro eram poderosíssimos e o disco também não está nada mal. Os Black Keys são os maiores e sei que ainda vou ouvi-los muito em 2012.

9. The Rapture, In the Grace of Your Love
Este ano não tive grande paciência para discos mais choninhas e este dos Rapture veio mesmo a calhar. À falta de uns LCD Soundsystem, deu para me contentar com o pop rock animado destes rapazes. É verdade que o disco é um bocado esquizofrénico - parece que lhe falta estrutura - mas tem músicas mesmo muito boas, que pedem ao corpo para dançar.

8. TV On The Radio, Nine Types of Light 
Não há nada que estes senhores façam e que eu não goste e este ano, apesar de não ser um dos melhores álbuns deles, gostei bastante deste Nine Types of Light. Bem estruturado e consistente, é um álbum que sabe melhor à medida que as audições se vão repetindo.

7. Nicolas Jaar, Space is Only Noise
Ouvi este álbum a pensar que não ia gostar e afinal tornou-se um vício. O menino Nico, 21 anos, fez furor com Space is Only Noise, um álbum dono de um som impressionante, com misturas e sonoridades imprevisíveis. Obrigatório ouvir com bons phones e/ou colunas de qualidade, para disfrutar de todos os pormenores que as músicas têm.

6. Atlas Sound, Parallax
Gosto do Bradford Cox. Este rapaz está constantemente a fazer coisas novas e tudo o que faz lhe sai bem. Tenho ouvido Parallax em repeat e espero bem que ele venha cá para o ano dar um concerto para ouvir as musiquinhas ao vivo. Vai ser bonito, de certeza.

5. Real Estate, Days
Não tinha ouvido nada destes rapazes, mas este álbum foi daqueles que entrou à primeira. E como disse o Guilherme ali em cima, foi mesmo pena não os termos visto em concerto para fazermos os coros com eles. Mas fica para a próxima. O álbum vai continuar a rodar por estes lados.

4. Starfucker, Reptilians
Aqui está um álbum não fez grande sucesso na crítica, mas eu acho que as pessoas não estão a avaliar bem isto. A sério, tudo bem que há algumas músicas que não são nada de especial, mas há muitas outras que são do caraças. Mesmo. Sempre que o ouço - e ele já saiu em Abril - fico mais contente. Se ainda não ouviram façam o favor de o fazer e depois digam de vossa justiça se isto não soa mesmo bem.

3. Metronomy, The English Riviera
Este foi outro dos good vibe que me acompanhou ao longo do ano, especialmente no Verão, mesmo antes de Paredes de Coura. Há muita coisa boa neste English Riviera, que volta e meia se torna obrigatório ouvir. É um grande álbum.

2. St. Vincent, Strange Mercy
A Annie Clark faz música cada vez melhor. Este Strange Mercy é uma delícia, de uma ponta à outra. As músicas, as letras, os arranjos, a voz dela, tudo. É mesmo um álbum muito bom, que me dá muito gozo ouvir e que marca este 2011 da melhor forma.

1. Girls, Father, Son and Holy Ghost
Tinha de ser o álbum do ano, porque foi o único que a cada música na primeira audição me deixou completamente rendida. Os Girls começaram por ser uma banda gira para se tornarem numa das bandas mais cativantes da actualidade. A cada novo trabalho têm mostrado que são grandes músicos e compositores e este álbum veio confirmar isso mesmo. Tinha grandes expectativas para este álbum, que foram superadas de longe. Long live Girls!

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